quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AOS MEUS FILHOS


AOS MEUS FILHOS

Quando eu morrer, se for cremado,
lancem minhas cinzas
ao léu, num vôo de liberdade
e como poeira fertilizante
sobre a terra caia. Porque assim:
Serei ESPERANÇA
na relva que nasce
Serei BONDADE
na sombra que abriga
Serei CARINHO
na brisa que afaga.
Serei SAUDADE
na árvore que tomba
Serei VIDA
no grão que alimenta.
Serei LÁGRIMA
no orvalho que se desfaz.
Serei LUZ,CALOR
na labareda que aquece e ilumina.
Serei AMOR
na ternura da flor que desabrocha
Serei ALEGRIA
na festiva alvorada da madrugada.
E no contraste da vida do morto vivo
Estarei presente
na PERVERSIDADE dos espinhos que enfeitam os cactos
e na INGRATIDÃO dos que protegem as rosas.
Estarei presente na MALÍCIA
disfarçada da urtiga
e na MALDADE agressiva
do carrapicho.
Estarei presente no ORGULHO
do ipê florado
e no EGOÍSMO do mandacaru
sem sombra.
Enfim, meus filhos:
No sussurro do vento,
Na folha que cai...
A qualquer momento

Encontrarás tua mãe...

Nenhum comentário:

Postar um comentário